Goiânia, 26/08/2025
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Gastos do governo Lula crescem o dobro da arrecadação e ampliam risco fiscal

20/06/25

Os gastos do governo federal durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão avançando em ritmo quase duas vezes superior ao crescimento da arrecadação, o que tem acendido o alerta de especialistas sobre a sustentabilidade das contas públicas. Segundo projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, e do Tesouro Nacional, a tendência de desequilíbrio deve se manter até 2026, com risco de colapso fiscal a partir de 2027, incluindo possibilidade de “shutdown” – cenário em que o governo ficaria sem recursos para manter serviços básicos.

De acordo com os dados, a receita líquida da União — já descontadas as transferências obrigatórias a estados, municípios e fundos — teve um crescimento real de R$ 191,3 bilhões desde o início da atual gestão, com previsão de alcançar R$ 2,318 trilhões ainda em 2025. No entanto, no mesmo período, os gastos federais aumentaram R$ 344 bilhões, podendo chegar a R$ 2,415 trilhões no próximo ano.

Com essa diferença entre receita e despesa, a expectativa é de que o governo feche 2025 com um déficit primário de 0,77% do PIB, já considerando o pagamento de precatórios. O desequilíbrio contribui para o avanço da dívida pública, que deve crescer cerca de 12 pontos percentuais ao longo do atual mandato, conforme estimativas da IFI.

Para conter a deterioração fiscal, o Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, tem apostado em medidas de aumento de arrecadação. Estão em análise propostas como a taxação de investimentos hoje isentos, maior tributação sobre apostas esportivas, mudanças nas alíquotas do IOF e ajustes fiscais voltados a fintechs. Parte das sugestões enfrenta resistência no Congresso, o que pressiona ainda mais a execução da âncora fiscal da equipe econômica.


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