21/06/25
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou um recado direto ao senador Wilder Morais (PL-GO): não aceita que sua suplente no Senado, Izaura Cardoso, assuma a vaga em 2027. A razão é o vínculo de Izaura com o senador Vanderlan Cardoso (PSD), de quem é esposa. Bolsonaro classifica Vanderlan como “inimigo político” e o acusa de ter rompido com o bolsonarismo ao apoiar o governo Lula (PT).
Segundo interlocutores próximos, Bolsonaro tem reiterado que Vanderlan se apresentava como aliado, inclusive viajando junto em compromissos políticos. Mas, após a posse de Lula em 2023, o senador teria se alinhado à nova gestão federal. Para o ex-presidente, a atitude representa uma ruptura com os princípios defendidos pelo seu grupo político.
A declaração de Bolsonaro foi feita durante conversa com um aliado goiano. O ex-presidente afirmou que “não admite” que Wilder, hoje senador, permita que o mandato seja transferido para alguém ligado a Vanderlan. Bolsonaro vê na eventual posse de Izaura um risco de fortalecimento do adversário político em Goiás.
A movimentação acontece em meio ao anúncio informal de Wilder Morais sobre sua intenção de disputar o governo de Goiás em 2026. Durante evento em Água Limpa, o senador teria dito que será candidato ao Palácio das Esmeraldas, contrariando especulações de que recuaria da disputa. A possível saída de Wilder do Senado em 2027 abriria espaço para Izaura assumir o cargo, cenário que Bolsonaro tenta evitar.
A resistência do ex-presidente se insere em um contexto mais amplo de tentativa de reestruturação da direita no Congresso. Bolsonaro pretende garantir que aliados fiéis ocupem posições estratégicas, especialmente no Senado Federal, que considera peça central para conter projetos da esquerda.
