25/06/25
Pouco mais de 40 dias após sua exoneração, Kowalsky Ribeiro foi reconduzido ao cargo de procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia por decisão direta do presidente da Casa, vereador Romário Policarpo (PRD). A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Município na noite de segunda-feira (23). A volta ocorre mesmo com uma denúncia formal do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra Kowalsky por crime de ameaça.
A denúncia, assinada pelo promotor José Antonio Correa Trevisan e protocolada no Tribunal de Justiça de Goiás no último dia 18, acusa Kowalsky de ter ameaçado o então chefe de gabinete do vereador Sargento Novandir (MDB), Sérgio Dornelles, durante um desentendimento no estacionamento da Câmara, em 5 de maio. O MP incluiu imagens de câmeras de segurança e depoimentos como provas e pede ainda o pagamento de indenização à vítima em caso de condenação.
Mesmo com o processo judicial em andamento, Policarpo decidiu trazê-lo de volta ao cargo, ignorando as críticas internas e a repercussão política do episódio. A condução do caso por parte do presidente tem sido vista por interlocutores da Casa como sinal de uma relação de forte dependência entre ele e o advogado. À época da confusão, o próprio Kowalsky havia pedido exoneração, alegando o desejo de garantir "isenção e transparência" às investigações.
A crise institucional se reacende na Câmara de Goiânia. Após o episódio da ameaça, o vereador Novandir chegou a usar colete à prova de balas nas sessões e sugeriu a instalação de detectores de metais. A volta de Kowalsky ao cargo em meio à denúncia do MP e ao desgaste interno amplia o clima de insegurança e expõe, mais uma vez, a centralidade das decisões de Policarpo em torno da figura do advogado, cuja influência nos bastidores segue intacta.