27/06/25
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, afirmou nesta quarta-feira (25) que a prefeitura vai cobrar o ressarcimento de ao menos parte dos valores desviados por meio de acordos salariais e quinquênios celebrados extrajudicialmente na Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg). Segundo ele, os pagamentos foram usados em esquemas de "rachadinha" entre servidores e antigos dirigentes da estatal.
“Essas pessoas que fizeram os acordos são só a ponta do iceberg. Existe uma turma por trás, já conhecida dentro da Comurg, que recebia a parte maior dos valores”, disse Mabel em entrevista à TV Anhanguera. Há quatro meses, 34 servidores foram afastados para investigação. Seis deles já tiveram os processos concluídos e encaminhados às autoridades para continuidade das apurações.
Como revelou o Diário de Goiás no dia 16, a própria Corregedoria da Comurg identificou pagamentos irregulares feitos a servidores que sequer teriam direito aos acordos. Em alguns casos, os beneficiários confessaram ter repassado parte dos valores recebidos, em espécie, a dirigentes da companhia, que também são alvo de investigação.
Um dos casos citados envolve um servidor da limpeza urbana com salário-base de R$ 1,5 mil que chegou a receber mais de R$ 50 mil em um único mês com base em gratificações e acordos extrajudiciais. Já um servidor administrativo chegou a registrar salário bruto de R$ 97 mil, mas recebeu apenas R$ 604 líquidos após descontos. Situações como essas também foram alvo de apuração do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
Mabel afirmou ainda que outros casos continuam sendo identificados e que o Ministério Público e a polícia devem apurar o destino dos recursos pagos de forma irregular. “A Comurg espera sim receber uma parte disso aí de volta”, concluiu.
