Goiânia, 26/08/2025
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PP de Goiás pode perder três cadeiras na Alego por suposta fraude eleitoral

27/06/25

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve analisar nos próximos dias um parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) que recomenda a cassação da chapa de deputados estaduais eleitos pelo Progressistas (PP) de Goiás. A legenda, que ocupa três cadeiras na Assembleia Legislativa (Alego), é acusada de ter fraudado a cota de gênero nas eleições de 2022.

Os parlamentares que podem perder os mandatos são Vivian Naves, Jamil Calife e Alessandro Moreira. De acordo com a manifestação assinada pelo vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, três candidatas do PP teriam sido lançadas apenas para preencher formalmente a cota mínima de 30% de mulheres exigida por lei. “Não foram encontradas evidências de que as candidatas realizaram campanhas eleitorais efetivas”, aponta o documento.

Um dos trechos mais contundentes do parecer traz o depoimento de uma das candidatas, que afirmou ter jogado o material de campanha “no lixão” e relatou que não teve qualquer participação ativa na eleição. “Falei que não queria fazer campanha, não mandei fazer santinho, não queria despesa. O Baldy [Alexandre Baldy, presidente estadual do PP] me ligou e disse: ‘Vou te colocar na chapa porque somos amigos de longa data’. Ele mandou fazer tudo”, revelou.

A Procuradoria também destacou que houve “valores zerados ou movimentações financeiras irrelevantes” nas prestações de contas das candidatas, além do histórico de uma delas de disputar eleições por diferentes partidos e mudar repetidamente de domicílio eleitoral, o que reforça a suspeita de candidaturas fictícias.

O processo foi movido por PL e Democracia Cristã (DC), que questionaram a regularidade da chapa do PP. No Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), as ações foram rejeitadas por falta de provas, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE com novo parecer técnico e argumentos que podem reverter a decisão em segunda instância.


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