Goiânia, 26/08/2025
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Mabel contesta Semad e defende continuidade da operação do aterro sanitário de Goiânia

28/06/25

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou nesta sexta-feira (27) que o aterro sanitário da capital possui condições seguras de operação. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa, na qual o gestor apresentou relatórios e medidas adotadas pela administração municipal para modernização da unidade. O posicionamento rebate apontamentos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semad), que indicou riscos estruturais e ausência de licença ambiental válida.

Mabel destacou avaliação do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC), que atribuiu nota 7,5 ao aterro, classificando-o como “parcialmente adequado” e apto à continuidade do funcionamento. Também citou estudo da Fral Consultoria e vistoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) em maio. Segundo o prefeito, a CGU elogiou a estrutura da unidade e a qualificação da equipe técnica.

“Estamos trabalhando para transformar o aterro em um dos mais modernos do Brasil. Abrir mão do local significaria abandoná-lo, o que aumentaria os riscos”, afirmou. Ele projetou a conclusão da modernização em até dois anos, com implantação de estação definitiva de tratamento de chorume, aproveitamento de gás para geração de energia e instalação de uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR).

Críticas à Semad
A presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Zilma Peixoto, questionou o relatório da Semad e disse que parte das conclusões carece de fundamentação técnica. “O documento não apresenta estudos detalhados nem cálculos que sustentem a hipótese de desmoronamento”, disse. Zilma afirmou que 20 dos 34 pontos listados no relatório foram contestados por ausência de dados técnicos.

Ela também criticou a negativa da Semad ao pedido de licença corretiva e alegou que o órgão exigiu a apresentação de encerramento do aterro em prazo considerado inviável. “A prefeitura demonstrou disposição em cumprir as exigências, mas não teve a oportunidade de avançar com o plano”, declarou.

Modernização
Mabel defendeu o investimento em tecnologia com base em modelos adotados na Europa. Segundo ele, a intenção é alcançar o reaproveitamento de até 65% dos resíduos e incineração do restante, sem produção de chorume ou rejeitos. “Queremos seguir por esse caminho. Não sobra nada”, disse.

O prefeito também descartou a possibilidade de utilizar aterros privados, argumentando que o custo no aterro municipal gira em torno de R$ 40 por tonelada, enquanto empresas privadas cobrariam até R$ 170. “Não vamos aceitar pressões para transferir nosso lixo para aterros privados”, afirmou.

Medidas
A gestão informou a aquisição de 12 novos equipamentos para manutenção do aterro, entre eles tratores, escavadeiras e caminhões. Estão em execução obras para correção de taludes, cobertura diária dos resíduos, drenagem de chorume e gás e controle operacional.

A prefeitura também prepara licitações para contratação de empresa responsável pelo monitoramento ambiental e geotécnico, instalação de unidade de tratamento de chorume e processamento de resíduos da construção civil. A administração diz manter o foco em soluções técnicas e legais que garantam a operação do aterro dentro dos parâmetros exigidos.


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