28/06/25
Uma jardineira da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) pediu proteção policial após relatar ter entregue R$ 166 mil a um ex-assessor jurídico da estatal. O valor corresponde a 60% do total recebido em acordo extrajudicial de diferenças salariais. O caso se soma a depoimentos de outros três funcionários que também admitiram repasses a terceiros, totalizando R$ 755 mil em um universo de R$ 1,4 milhão negociado.
Após mudar de advogado, a funcionária contou à Corregedoria da Comurg que foi abordada em casa pelo ex-chefe e pelo ex-assessor a quem teria repassado o dinheiro. Segundo ela, ambos pediram que recontratasse o advogado anterior e voltasse à versão inicial, na qual negava qualquer repasse.
A jardineira disse ainda que só soube da exigência no dia do saque e que o próprio assessor indicou a quantia e o local da entrega, em uma agência bancária. Outro empregado, auxiliar operacional, afirmou ter sido ameaçado com prejuízo no emprego ao resistir à entrega de parte do valor.
A defesa dos quatro funcionários afirma que eles não participaram de qualquer esquema e só souberam da exigência após receberem os valores. A Comurg já afastou novos servidores após avanço das investigações, que começaram em fevereiro, diante de suspeitas de pagamentos irregulares, desaparecimento de documentos e denúncias de “rachadinha” ligadas à antiga gestão.
Das 34 sindicâncias abertas, seis foram encaminhadas ao Ministério Público de Goiás e à Polícia Civil. A promotora Leila Maria de Oliveira, responsável pela apuração, informou que os envolvidos começarão a ser ouvidos na próxima semana.
