29/06/25
O senador Wilder Morais (PL-GO) mantém o silêncio — tanto em público quanto nas redes — sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem seu partido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados investigados por tentativa de golpe e por instigar as manifestações de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
No último ano, o STF incluiu Bolsonaro como réu em inquéritos sobre fake news e atos golpistas. Na Primeira Turma, o ex-presidente e integrantes do chamado “núcleo crucial” foram ouvidos por Alexandre de Moraes sobre participação em trama para subverter a democracia após as eleições de 2022. Ao mesmo tempo, a Polícia Federal, com aval do STF, indiciou 37 pessoas, entre elas Bolsonaro, pelo inquérito “Operação Contragolpe”.
O PL, por sua vez, adotou postura de silêncio institucional no dia 8 de janeiro, optando por não convocar manifestações ou atos em favor de anistia aos detentos dos atos golpistas, conforme apurou a revista Veja.
Enquanto isso, o senador goiano, que busca manter prestígio junto ao núcleo bolsonarista e ao Centrão para fortalecer sua eventual pré-candidatura ao governo de Goiás, não emitiu qualquer nota, publicação ou comentário sobre esses desdobramentos. A ausência de posicionamento ocorre mesmo após o relator Moraes proibir a exibição de vídeos da invasão durante os interrogatórios, sugerindo risco de cerceamento ao sistema judicial.
Nas sessões do Senado, Wilder Morais não chegou a mencionar os desdobramentos do STF, optando por centrar sua atuação em pautas como agronegócio e orçamento federal — temas tradicionais de sua agenda, mas distantes das controvérsias que envolvem sua legenda e seus aliados diretos.