Goiânia, 26/08/2025
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Servidores negam rachadinha na Comurg e alegam inocência

30/06/25

Dois servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) negaram envolvimento em um suposto esquema de rachadinha relacionado a acordos extrajudiciais firmados na gestão anterior da estatal. Em depoimentos obtidos pela Corregedoria da empresa, quatro funcionários relataram ter repassado 60% dos valores recebidos a dois colegas: o ex-assessor comissionado Jalles Ferreira de Oliveira e o servidor efetivo Emerson Marques Brito. As denúncias vieram à tona após uma jardineira afirmar ter sido abordada em casa por pessoas ligadas aos investigados, o que a levou a solicitar proteção policial.

Os dois servidores foram defendidos em nota pelo advogado Diogo Mota, que também representa 19 funcionários envolvidos nos acordos. A defesa nega qualquer prática ilegal e sustenta que Emerson visitou a colega por “preocupação humana”, rejeitando a hipótese de intimidação. Também é negada a presença de Jalles durante a visita. Apesar dos depoimentos que o citam, Jalles alega nunca ter acompanhado colegas a bancos nem ter recebido valores decorrentes dos acordos. Ele foi exonerado em janeiro e diz que apenas atuava em funções administrativas internas, sem participação nos processos financeiros.

As denúncias surgiram após mudanças nas versões apresentadas por três funcionárias, que inicialmente haviam declarado ter ficado com a totalidade dos valores dos acordos. Com a troca de advogado, alegaram que foram orientadas a mentir e passaram a afirmar que parte do dinheiro foi entregue a Jalles e Emerson. A nova defesa das funcionárias afirma possuir trocas de mensagens, ligações e comprovantes de PIX como provas do repasse, ainda que imagens de câmeras de segurança não estejam disponíveis, devido ao tempo decorrido.

Os quatro funcionários que afirmam ter feito os repasses obtiveram acordos que somam quase R$ 1,4 milhão, sendo R$ 755 mil supostamente desviados. A defesa deles argumenta que os pagamentos indevidos só foram exigidos após o depósito do valor em conta e nega participação em qualquer esquema. Os acordos garantiram pagamentos retroativos relacionados a gratificações e desvio de função, mas a forma como foram conduzidos levantou suspeitas sobre celeridade excessiva, ausência de documentos e possíveis fraudes.

A Comurg instaurou 34 sindicâncias em fevereiro para apurar os casos e afastou, na ocasião, todos os envolvidos. Na semana passada, mais quatro empregados foram afastados. Seis processos já foram encaminhados à Polícia Civil e ao Ministério Público de Goiás. A defesa de Emerson criticou o "vazamento seletivo" das informações e reafirmou sua confiança na comissão de sindicância, esperando que a apuração comprove sua conduta ética e o isente de qualquer irregularidade.


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