Goiânia, 26/08/2025
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Caiado acusa Lula de ser 'representante de um narcoestado' após agenda em favela ligada ao PCC

10/07/25

O governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República em 2026, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), classificando-o como "representante de um narcoestado". A declaração ocorre após o jornal Metrópoles revelar que integrantes do governo federal negociaram uma agenda de Lula na Favela do Moinho (SP), no fim de junho, com uma associação de moradores que tem laços com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

"Isso que vimos na imprensa hoje prova o que tenho dito há tempos: o Lula não é presidente dos brasileiros honrados e trabalhadores, e sim representante de um narcoestado implantado no Brasil, com a conivência do próprio Lula e do PT", afirmou Caiado em entrevista.

Segundo a reportagem, a Associação da Comunidade do Moinho, que se reuniu diversas vezes com integrantes do governo federal, é presidida por Alessandra Moja Cunha, irmã do traficante Leonardo Monteiro Moja, o "Léo do Moinho". Além disso, o endereço da associação já teria sido usado pelo PCC para guardar drogas.

"Com essa associação ao PCC, Lula se coloca como réu confesso — um presidente que se ajoelhou para o crime organizado. Não existe Estado Democrático de Direito onde o crime manda na vida das pessoas. Não existe paz nem desenvolvimento", asseverou o governador de Goiás. Caiado ainda criticou Lula, dizendo que ele "nunca defendeu os pobres" e que seu governo é "vendido aos grandes lobbies e ao bem-estar dos narcotraficantes".

A Favela do Moinho ocupa uma área pública do governo federal em São Paulo. Recentemente, o governo estadual de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), iniciou um processo de desocupação da favela para a construção de um parque, com operações policiais que geraram acusações de brutalidade por parte dos moradores.

A visita de Lula ao local teve como objetivo anunciar um acordo: as casas só serão demolidas após a saída de todas as famílias, que estão recebendo ajuda de custo de até R$ 250 mil, paga pelos governos estadual e federal.

O tema da segurança pública tem sido um ponto de forte oposição entre Caiado e Lula. Desde o início do ano, o governo federal tem discutido uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia as competências da União sobre o tema. Para Caiado, essa PEC representa a "destruição" do poder dos governadores e uma centralização de funções no Ministério da Justiça.

Procurada, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República afirmou que a segurança do presidente foi conduzida "de forma rigorosa" e que não foi identificado risco à integridade das autoridades. A pasta acrescentou que "a interlocução com representantes comunitários é prática essencial de qualquer governo que atue com políticas públicas voltadas à inclusão, moradia e promoção da dignidade", sendo as associações locais "pontos naturais de contato com o poder público".


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