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Editorial do Jornal Opção avalia que Trump virou cabo eleitoral de Lula

20/07/25

Em editorial publicado neste fim de semana, o Jornal Opção avaliou que a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode, na prática, favorecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. O texto, assinado por Euler França Belém, argumenta que o gesto de Trump, inicialmente visto como uma ação de alinhamento com o bolsonarismo, produziu o efeito oposto.

“Se estava querendo ajudar Bolsonaro, Trump acabou por fortalecer Lula da Silva. Se as eleições fossem realizadas hoje, o petista estaria no segundo turno”, afirma o editorial, que destaca dados de pesquisa do instituto Quaest indicando a competitividade do atual presidente diante de adversários da direita e da extrema direita.

O jornal analisa que o tarifaço tem potencial de desorganizar a economia nacional e criar ruído entre setores estratégicos do bolsonarismo, como empresários e produtores rurais. Segundo o texto, “empresários e produtores rurais — muitos deles, talvez a maioria, bolsonaristas — notaram que os interesses da família Bolsonaro estão acima dos interesses deles e do país”.

O editorial também lembra que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro e um dos nomes mais cotados para a sucessão presidencial, demonstrou apoio inicial à decisão de Trump, mas recuou após pressão do setor produtivo. “Ficou com a imagem de ser ‘contra’ o Brasil”, analisa o texto.

Outro ponto abordado é a ausência de unidade nas direitas. O jornal cita nomes como Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Júnior (PSD) como alternativas viáveis ao bolsonarismo em 2026, defendendo que uma candidatura autônoma da direita tem mais chances de enfrentar Lula do que um nome “queimado”, como Tarcísio.

No campo internacional, o editorial sugere que a ofensiva tarifária de Trump, supostamente motivada por uma aliança entre o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro, pode ter sido articulada para fragilizar o Brasil diante da China. No entanto, a ação teria tido o efeito contrário, aproximando o Brasil ainda mais do país asiático e ampliando o desgaste do bolsonarismo.

“Trump pode se tornar, em 2026, o maior ‘general’ eleitoral de Lula da Silva”, conclui o editorial, que aponta o paradoxo de uma decisão norte-americana que, em vez de beneficiar os aliados de Trump no Brasil, gerou crise interna na direita e reforçou o campo de Lula.


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