24/07/25
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou nesta quarta-feira (23) que a proposta de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara para investigar o consórcio Limpa Gyn ocorre em um “momento errado” e pode atrapalhar negociações em andamento sobre o aterro sanitário da capital. Segundo ele, embora o requerimento mencione sua gestão, a comissão teria como foco situações passadas e não contribui para resolver os problemas atuais. “Você vai mexer num passado que não melhora o futuro”, disse.
A CEI foi proposta pelo vereador Cabo Senna (PRD) e recebeu 16 assinaturas, número superior ao mínimo necessário (13). Nos bastidores, a iniciativa é vista como instrumento de pressão política por mais espaço na estrutura da Prefeitura e por celeridade na liberação de emendas. Mabel confirmou que está dialogando com parlamentares para tentar evitar o avanço da comissão.
Apesar de o consórcio Limpa Gyn ser responsável pela limpeza urbana, e não pela gestão do aterro sanitário, Mabel teme que a repercussão da CEI interfira nas tratativas com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, após relatório do órgão apontar problemas no aterro. A Prefeitura, por sua vez, sustenta que o local segue viável para receber resíduos sólidos.
O prefeito também defendeu a atuação do consórcio sob sua gestão, destacando a ampliação da frota de veículos, a instalação de câmeras em caminhões para monitoramento e a distribuição de contêineres em pontos estratégicos. “Fiz colocarem cinco câmeras por caminhão. Com georreferenciamento, consigo verificar se houve falha ou não”, afirmou.
O requerimento da CEI cita suspeitas de falhas técnicas e operacionais, uso indevido de maquinário e mudanças contratuais que teriam elevado o valor do contrato de R$ 470 milhões para R$ 510 milhões. A última CEI instalada pela Câmara, em 2023, que investigou a Comurg, terminou sem resultados concretos.
