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Caiado cobra Lula e critica inércia do governo federal diante de tarifaço dos EUA

25/07/25

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) criticou duramente a postura do governo federal diante da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, em entrevista à CNN nesta quinta-feira (24/7). Para ele, a União tem se mostrado incapaz de negociar alternativas à tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.

Caiado cobrou resultados das negociações diplomáticas e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa “assumir a liturgia do cargo e sentar com o presidente Donald Trump para conversar”. “Tem que dizer: ‘olha, nós somos parceiros, queremos desenvolver a economia do meu país’. É esse nível de discussão que se espera de um presidente da República”, afirmou.

O governador ressaltou que países como Japão, Indonésia e União Europeia já renegociaram condições comerciais, enquanto o Brasil “segue inerte”, a apenas oito dias do início da cobrança. Caiado se declarou “100% contrário ao tarifaço” e revelou que antecipou sua volta ao país, interrompendo uma missão oficial no Japão, para enfrentar a crise.

Desde quarta-feira (23/7), o Governo de Goiás iniciou uma série de reuniões com representantes dos setores sucroenergético, de saúde e agroindustrial para discutir alternativas. Caiado solicitou ao presidente do Fórum Nacional de Governadores, Ibaneis Rocha (DF), uma reunião emergencial do colegiado para debater o tema.

Goiás foi o primeiro estado a anunciar medidas emergenciais para mitigar os impactos da tarifa. Entre as ações, estão o uso do Fundo de Equalização do Empreendedor (Fundeq), que subsidia encargos em operações de crédito, e a abertura de uma linha de crédito pelo Fundo Creditório, com expectativa de injetar R$ 628 milhões na economia, a partir de créditos de ICMS.

Caiado alertou que uma eventual retaliação do Brasil, cogitada por setores do governo federal, pode agravar ainda mais o cenário. “Se aplicarmos a reciprocidade, vamos piorar ainda mais a vida dos brasileiros. O presidente está blefando”, criticou. Ele também pediu que o setor de saúde seja excluído de qualquer medida retaliatória. “Por uma questão humanitária, solicitei que a saúde fosse preservada. Muitos insumos e equipamentos hospitalares vêm dos Estados Unidos”, disse.


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