26/07/25
A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, gerou um cenário de alerta em todo o Brasil. Enquanto o governo federal, sob a gestão Lula, é criticado por sua alegada omissão e por "bravatas estudantis", Goiás se destaca pela atuação incansável do governador Ronaldo Caiado. No entanto, a repercussão do jornalista José Luiz Bittencourt aponta para uma preocupante inércia dos representantes parlamentares do estado diante da crise iminente.
Desde o anúncio do "tarifaço", Caiado tem demonstrado proatividade e empenho em minimizar os impactos para a economia goiana. O governador criou três fundos para socorrer as empresas prejudicadas no estado e tem se articulado intensamente com lideranças nacionais na tentativa de abrir um canal de negociação com os norte-americanos. Em reuniões no Palácio das Esmeraldas, ele congregou empresários e representantes classistas para debater e avaliar o choque das sobretaxas, evidenciando uma preocupação genuína com o setor produtivo. O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, esteve presente, reforçando o engajamento do executivo municipal.
Em um contraste gritante com a postura do governador, a análise de Bittencourt expõe a total omissão dos parlamentares goianos. Nem os três senadores, nem os 17 deputados federais, e muito menos os 41 deputados estaduais, fizeram qualquer movimento ou manifestação pública para protestar ou demonstrar solidariedade aos setores da economia estadual afetados. Essa inação é ainda mais notória em figuras como os senadores Vanderlan Cardoso e Wilder Morais, ambos com histórico empresarial, que deveriam, em tese, estar mais sensíveis aos impactos econômicos.
O jornalista exemplifica a desconexão com o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, que, em meio a uma crise econômica de proporções internacionais, parece mais preocupado com "lixões" e com a exibição de fotos em redes sociais durante viagens oficiais. Essa atitude, segundo Bittencourt, é um "vexame sem tamanho" e um sintoma de uma das piores safras de representantes parlamentares que Goiás já teve.
A crítica de José Luiz Bittencourt aprofunda-se na constatação de que senadores e deputados de Goiás parecem mais preocupados em levar emendas orçamentárias para os municípios, distorcendo seu papel institucional. Em vez de defenderem as grandes bandeiras que interessam à população goiana, eles se contentam em atender ao imediatismo de prefeitos, focando em "ruas asfaltadas, tratores, caminhões e ambulâncias", enquanto as reais ameaças à produção estadual são ignoradas.
A "baixa representatividade parlamentar" atual de Goiás é um ponto crítico levantado, sugerindo que, "no fritar dos ovos, não servem para nada além dos seus próprios interesses". A honrosa exceção é o governador Ronaldo Caiado, que, sozinho, tem se desdobrado para defender os interesses do estado diante de uma ameaça que, segundo o artigo, tende a piorar.
A situação do "tarifaço" expõe uma lacuna preocupante na representação política de Goiás, onde o empenho de um único líder contrasta com a inércia de uma bancada parlamentar que parece desconectada das urgências econômicas do estado.