29/07/25
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), anunciou a rescisão do contrato com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades Dona Íris, Célia Câmara e Nascer Cidadão. A decisão foi motivada por uma série de falhas graves no atendimento à população, descumprimento de metas contratuais e gastos administrativos considerados abusivos. Segundo Mabel, a saúde das mulheres e das crianças precisa ser prioridade e não pode ser prejudicada por má gestão.
De acordo com estudo técnico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), entre julho de 2024 e março de 2025, a Fundahc não conseguiu cumprir metas mínimas de internações obstétricas, exames e inserção de DIUs. Em nenhum mês o número de partos chegou ao exigido contratualmente, e exames como mamografias e ultrassonografias também ficaram muito abaixo do esperado. A taxa de ocupação de leitos cirúrgicos e as consultas médicas especializadas também ficaram aquém do previsto, mesmo com estrutura e recursos disponíveis.
Enquanto a entrega dos serviços públicos caía, os custos se mantinham elevados. Apenas neste ano, a Prefeitura repassou R$ 116 milhões à Fundahc. Mesmo com os pagamentos em dia, as unidades apresentaram paralisações frequentes, afetando diretamente o atendimento pelo SUS. Outro ponto crítico apontado pelo relatório da SMS foi o uso excessivo dos recursos para despesas administrativas, que chegaram a consumir até 13% dos valores repassados — muito acima do limite de 3% permitido para organizações sociais.
Com o rompimento do contrato, o prefeito Sandro Mabel determinou a contratação emergencial de três organizações sociais para assumir, de forma provisória, a gestão das maternidades. O novo modelo será implantado nas próximas semanas, enquanto é elaborado o chamamento público que definirá as entidades responsáveis em definitivo. “Estamos agindo com responsabilidade e base técnica. Goiânia não pode mais tolerar uma gestão cara, ineficiente e que não entrega o que a população precisa”, afirmou o prefeito.
A medida marca uma mudança importante na condução da saúde pública municipal, especialmente no atendimento à saúde da mulher e da criança. Mabel destacou que a meta é garantir qualidade no serviço e respeito ao dinheiro público. A Prefeitura reforça que todo o processo será feito com transparência e rigor técnico, visando assegurar que a população receba o atendimento digno que merece.