Goiânia, 26/08/2025
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Zander Fábio é alvo de operação da Polícia Civil

01/08/25

O ex-secretário de Cultura e ex-vereador de Goiânia, Zander Fábio, se manifestou nesta quinta-feira (31) sobre a Operação Picadeiro, deflagrada pela Polícia Civil para investigar o desvio de R$ 1,8 milhão por meio de emendas parlamentares destinadas a projetos culturais. Em nota enviada, ele afirmou que não foi propositor nem executor das ações investigadas e alegou que a responsabilidade pelas emendas é da entidade beneficiada, conforme prevê a legislação sobre repasses impositivos.

As investigações apontam que os recursos públicos foram direcionados a duas ONGs suspeitas de serem de fachada, com contratos para eventos circenses e atividades culturais que, segundo a Polícia, não foram devidamente executados. Os repasses teriam partido do ex-vereador Leandro Sena e do atual vereador Sargento Novandir, ambos com histórico de atuação no setor cultural. À época, Zander Fábio era o titular da Secretaria Municipal de Cultura e teria autorizado os trâmites administrativos que viabilizaram os pagamentos investigados.

Segundo o delegado Bruno Barros, responsável pela investigação, o plano de trabalho inicial previa três eventos circenses entre março e abril deste ano, mas o dinheiro só foi transferido em maio — e sem qualquer comprovação da execução. Em novembro, uma das ONGs solicitou a troca da atividade por exposições de carros antigos, o que levantou suspeitas. “A legislação não permite a mudança do objeto da parceria, e ainda houve retirada da exigência de apresentação de notas fiscais, o que dificulta a fiscalização”, afirmou Barros.

A Polícia também identificou falhas na conduta da Secretaria de Cultura durante o processo, como ausência de designação de gestor para acompanhamento da execução, inexistência de comissão de monitoramento e dispensa da prestação de contas. Além disso, não houve parecer técnico para atestar a capacidade das entidades, e o dinheiro foi transferido para contas que não eram específicas, contrariando exigências legais.

Embora os nomes dos envolvidos não tenham sido oficialmente divulgados, a Polícia Civil confirmou que os alvos da operação poderão responder por peculato, falsidade ideológica, fraude na execução de convênios e associação criminosa. A Operação Picadeiro continua em andamento, e novas diligências estão previstas nos próximos dias. O portal também entrou em contato com os demais citados na investigação.


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