Goiânia, 26/08/2025
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Nova regra do PL ameaça alianças e isola Wilder Morais em Goiás

08/08/25

Uma nova resolução do Partido Liberal (PL), assinada no fim de julho e divulgada em 1º de agosto, passou a proibir que filiados com mandato apoiem pré-candidatos de outros partidos. A medida, aprovada pela Executiva Nacional e assinada por Valdemar Costa Neto, estabelece sanções como corte de repasses do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, além de punições previstas no Código de Ética da sigla. Segundo o texto, a intenção é reforçar a disciplina interna e garantir fidelidade às diretrizes do partido, que busca maior controle sobre suas lideranças rumo às eleições de 2026.

Na prática, a nova regra pode provocar um racha interno e gerar dificuldades políticas em estados como Goiás, onde lideranças do PL já articulam alianças fora dos limites da legenda. O senador Wilder Morais, presidente estadual do partido, é um dos principais afetados. Pré-candidato ao governo de Goiás, ele e o deputado federal Gustavo Gayer já assinaram nota pública contra o vereador Vitor Hugo, que tenta aproximar o PL do projeto do atual vice-governador Daniel Vilela (MDB), candidato apoiado por Ronaldo Caiado à sucessão estadual.

Apesar da resistência inicial, o avanço do “caiadismo” sobre lideranças locais do PL tem minado o projeto de Wilder, que enfrenta o esvaziamento do apoio político. Com Jair Bolsonaro inelegível e em prisão domiciliar, o senador perdeu seu principal palanque em Goiás e vê parte dos prefeitos eleitos pela sigla em 2020 migrando, na prática, para a base do governador. Muitos desses prefeitos, inclusive, já sinalizam apoio a Daniel Vilela para 2026, mesmo ainda filiados ao PL.

Diante do cenário, integrantes da cúpula liberal em Goiás — incluindo Wilder e Gayer — estariam em conversas com Caiado sobre uma possível aliança. O acordo envolveria o apoio formal do PL ao projeto governista, com Gayer concorrendo ao Senado pela chapa de Daniel e Wilder abrindo mão da candidatura ao governo. Prefeitos como Márcio Corrêa, de Anápolis, ilustram o dilema: filiado ao PL, mas comprometido com o projeto de Daniel Vilela, ele poderá ter que trocar de partido caso a nova regra seja rigorosamente aplicada.


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