10/08/25
Em análise publicada neste sábado, 9, o Jornal Opção traçou um panorama do declínio do PSDB, atribuindo ao comando do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, um período de encolhimento da sigla em todas as esferas. O texto lembra que, em 2016, o partido viveu um de seus momentos mais fortes, elegendo 803 prefeitos — aumento de 15% em relação a 2012 —, além de quase 5,4 mil vereadores, e se consolidando como força política no cenário nacional.
A reportagem contextualiza que o antipetismo após o impeachment de Dilma Rousseff contribuiu para o crescimento tucano na época. Entretanto, a partir de 2020, a legenda passou a registrar quedas expressivas. No pleito municipal daquele ano, foram 520 prefeitos eleitos. Em 2024, o número caiu para 273, com derrotas no segundo turno em todas as capitais em que disputou.
No Legislativo, a retração também foi acentuada. Entre 2018 e 2025, a bancada federal do PSDB caiu de 29 para 11 deputados. Nos legislativos municipais, o número de vereadores passou de 5.360, em 2016, para 3.002, em 2024. Nos governos estaduais, resta apenas um governador tucano — Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul — que, segundo a publicação, já sinalizou intenção de deixar o partido. Eduardo Leite e Raquel Lyra, que também governavam por filiação ao PSDB, já migraram para outras siglas.
O Jornal Opção aponta que, desde que assumiu a presidência nacional do partido em 2023, Perillo alterna tentativas de polarização com o PT e aproximações do bolsonarismo, sem consolidar estratégia capaz de recuperar militância ou atrair alianças. O texto cita que até a tentativa de fusão com outra legenda fracassou, reforçando o isolamento político.
Em Goiânia, a tendência de saída de lideranças locais é tratada como inevitável. Segundo o jornal, a vereadora Aava Santiago já discute a mudança de partido. Outros nomes de destaque também avaliam deixar a sigla.
O editorial conclui que, sob a direção de Perillo, o PSDB perdeu competitividade e relevância, enfrentando debandada de quadros e resistência de outras legendas em se associar ao partido. “A legenda encolhe em número e relevância, assistindo, inerte, ao próprio ocaso. É o fim de um partido que já disputou o poder nacional, agora resumido ao ruído seco e incômodo de um tucano sem voo”, descreve o texto.