13/08/25
A Justiça acatou pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO) e determinou que a Prefeitura de Goiânia execute, no prazo máximo de três meses, obras emergenciais de manutenção, recuperação e revitalização em quatro pontes da capital. A medida foi tomada após constatação de que a gestão do prefeito Rogério Cruz não realizou a manutenção adequada dessas estruturas, colocando em risco a segurança de pedestres e motoristas. Em caso de descumprimento, a multa será de R$ 10 mil por dia, limitada a R$ 100 mil.
O alerta foi dado por um levantamento técnico realizado em 2022 por especialistas da PUC Goiás, CREA-GO, IBAPE-GO e engenheiros independentes, que revelou um cenário preocupante: 83% das pontes e viadutos de Goiânia apresentam algum grau de deterioração estrutural. Entre os problemas mais comuns estão corrosão de armaduras, rachaduras, erosões, infiltrações e falhas funcionais — danos que poderiam ter sido evitados com vistorias periódicas e manutenção preventiva, como determina a norma ABNT NBR 15.575:2013.
Entre as estruturas mais críticas está a ponte da Avenida T-63, sobre o Córrego Cascavel, que sofre com erosões severas desde 2015 e já apresenta desgaste que compromete as fundações, segundo o CREA-GO. Também estão na lista a ponte da Rua Dr. Constâncio Gomes, sobre o Córrego Botafogo; a da Avenida Universitária, sobre o mesmo córrego; e a da Avenida 24 de Outubro, sobre o Córrego Cascavel.
A decisão judicial determina que as obras incluam restauração estrutural, instalação de sistemas de drenagem, estabilização das fundações, adequação às normas técnicas e implantação de dispositivos de segurança. Além disso, a Prefeitura terá que apresentar, no prazo de 12 meses, um plano de manutenção contínua para todas as Obras de Arte Especiais (pontes, viadutos, passarelas e túneis) da cidade, com inspeções regulares e cronograma de execução.
Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) afirmou que nenhuma das estruturas avaliadas estaria em situação crítica e que já iniciou processo licitatório para contratar empresas especializadas na recuperação e reforço das pontes. A pasta garante que as estruturas permanecem seguras, mas a intervenção judicial expõe falhas de gestão e a falta de políticas efetivas de manutenção preventiva durante o mandato de Rogério Cruz.