Goiânia, 26/08/2025
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Secretário de Marconi, amigo de Cachoeira e suplente de Demóstenes: os atributos de Wilder Morais para pleitear governo

13/08/25

Pré-candidato ao governo de Goiás nas eleições de 2026, o senador Wilder Morais (PL) tem um currículo, no mínimo, modesto para a pretensão de chegar ao Palácio das Esmeraldas. O empresário surgiu na política pelas mãos do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e do ex-senador Demóstenes Torres. Wilder foi secretário do tucano e, em seguida, primeiro suplente de Demóstenes nas eleições de 2010. Com a queda do senador em 2012, sugado pela Operação Monte Carlo, o empresário herdou o mandato.

Em uma postagem em rede social, anos depois, Cachoeira detalhou como intermediou a negociação que levou Wilder para a suplência de Demóstenes, numa história que também envolvia muito dinheiro e adultério. A vaga teria custado milhões. Na mesma época, o contraventor se envolveu com Andressa Mendonça, então esposa de Wilder. No final, Wilder Morais conseguiu o espaço político que tanto almejava, mas perdeu o casamento.

Em 2012, a Polícia Federal desencadeou a Operação Monte Carlo, que investigava o envolvimento de políticos com Cachoeira. O contraventor tinha forte influência, indicações e até negócios terceirizados na gestão de Marconi. Uma das indicações era justamente o empresário Wilder Morais, que tornou-se secretário de Infraestrutura em 2011.

Tido como um senador ‘linha dura’, impiedoso com políticos flagrados em esquemas corruptos, Demóstenes caiu em desgraça quando as gravações da Monte Carlo evidenciaram que ele era próximo de Cachoeira. Demóstenes teve o mandato cassado, os direitos políticos suspensos e, assim, Wilder Morais herdou, em 2012, o mandato até 2018.

Com um mandato apagado, Wilder tentou a reeleição, mas acabou derrotado em 2018. Dois anos depois, em 2020, foi candidato a vice-prefeito de Goiânia (na chapa liderada por Vanderlan Cardoso) e mais uma vez não obteve sucesso. Em 2022, já convertido ao bolsonarismo, Wilder conseguiu retornar ao Senado.

Em 11 anos no Senado Federal, somando o mandato que herdou de Demóstenes e os três anos do atual, Wilder Morais manteve seu estilo amorfo, avesso aos debates e distante dos principais temas nacionais. Seu mandato, até onde se sabe, resume-se em distribuição de emendas. Também gosta de ostentar seu vasto patrimônio – entre jatinhos, lanchas, fazendas e casas de praia –, fartamente usados para agradar caciques e aliados. Com esse ‘currículo’, Wilder acredita estar pronto para chegar ao Governo de Goiás.


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