15/08/25
O presidente nacional do PSDB e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, reconheceu nesta quinta-feira (14/8) aquilo que as urnas e a debandada de filiados já vinham deixando claro: o partido atravessa o momento mais grave de sua trajetória. Em entrevista ao Contexto Metrópoles, ele afirmou que a sigla “chegou ao fundo do poço em 2022” após derrotas acachapantes e a perda de lideranças estratégicas. “Perdemos muita gente e continuamos perdendo. É importante que um partido como o PSDB não desapareça”, declarou.
O cenário é o de um partido esvaziado, sem protagonismo e cada vez mais irrelevante no tabuleiro nacional. A saída mais recente foi a do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que deixou o PSDB após 24 anos para se filiar ao PSD, de Gilberto Kassab — movimento que simboliza a fuga de nomes com potencial eleitoral e projeção nacional.
Em 2024, o partido também perdeu todos os oito vereadores que mantinha na Câmara Municipal de São Paulo e viu figuras de expressão, como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra — que seguiu para o PSD —, e o senador Izalci Lucas (DF), hoje no PL, abandonarem a legenda. As baixas não foram silenciosas: vieram acompanhadas de duras críticas à condução centralizadora e pouco agregadora de Perillo.
O colapso ficou evidente na última janela partidária, quando o PSDB perdeu sua representação nas Câmaras Municipais de 12 capitais brasileiras, um retrato do encolhimento de sua base e da incapacidade de reverter a sangria.
O próprio Marconi, que tenta se colocar como articulador da reconstrução tucana, carrega um histórico que reflete o declínio da sigla: duas derrotas consecutivas para o Senado, em 2018 e 2022, além do desgaste político provocado por escândalos de corrupção que marcaram suas gestões em Goiás. Sob sua liderança, o PSDB não apenas perdeu votos e mandatos — perdeu relevância, identidade e, para muitos, o rumo.