Goiânia, 26/08/2025
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Cileide Alves expõe crise entre Câmara de Goiânia e Mabel

16/08/25

O artigo “Sequestro dos Legislativos”, assinado pela jornalista Cileide Alves e publicado neste fim de semana em O Popular, repercutiu na cena política goiana ao apontar o enfraquecimento da relação entre Executivo e Legislativo em Goiânia e no Estado. O texto ganhou destaque diante da criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa Gyn por 16 vereadores da base do prefeito Sandro Mabel (União Brasil), incluindo o líder do governo, Igor Franco (MDB).

Cileide observa que, diferentemente do padrão em que a oposição conduz CEIs ou CPIs para desgastar adversários, desta vez foi a própria base que decidiu investigar a gestão. “A história é outra quando aliados decidem investigar seus governos”, escreveu.

Segundo a jornalista, a Câmara Municipal repete estratégias que já haviam sido usadas na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (Republicanos), quando vereadores criaram a CEI da Comurg em 2023 e, logo depois, migraram para a base governista em troca de espaços na administração. “Boa parte dos autores daquela CEI aderiram ao prefeito três meses depois de sua criação e indicaram mulher, irmão e outros parentes ao primeiro escalão”, destacou.

O artigo também chama atenção para a pressão exercida atualmente sobre Sandro Mabel, que, após a instalação da nova CEI, admitiu enfrentar chantagens por cargos e benefícios. “Essa CEI tem uma meia dúzia lá que está me apertando, que quer eu dou cargo, que eu dou isso, que eu dou aquilo”, relatou o prefeito à repórter Karla Araújo.

Para Cileide, a prática não se limita à Câmara de Goiânia. Ela cita exemplos recentes no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), onde o presidente Bruno Peixoto projetou a reeleição de mais de 70% dos deputados em 2026, em meio à criação de novas secretarias e diretorias voltadas a interesses parlamentares.

“O poder, entretanto, não se reverte aos eleitores, pois os parlamentares aprenderam a usar suas casas em proveito próprio”, conclui Cileide, ao definir esse movimento como um “sequestro dos Legislativos e de distanciamento da sociedade”.


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