17/08/25
A possibilidade de candidaturas avulsas em 2026, caso seja aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), movimenta lideranças em Goiás. O tema voltou à pauta depois que o ministro Alexandre de Moraes pediu vista em julgamento no plenário virtual, adiando a decisão por até 90 dias.
O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PSD), afirmou ao Jornal Opção que não é contrário à proposta, mas considera que a medida pode prejudicar o planejamento eleitoral da base do governador Ronaldo Caiado (UB). “Somente duas candidaturas [para o Senado] podem favorecer para que a base do governo tenha dois senadores”, disse, em referência ao desenho político que inclui o nome da primeira-dama, Gracinha Caiado.
O vereador Tião Peixoto (PSDB), também cotado para a disputa ao Senado, declarou apoio à tese. “Eu sou a favor da candidatura avulsa, mas a favor mesmo. Tem que acabar com esse negócio do partido mandar [nas eleições].” Para ele, a medida reforça a legitimidade do voto e amplia as opções para os eleitores.
STF
O processo em análise no STF foi movido por dois ex-candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016 que tiveram o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ausência de filiação partidária. O relator é o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso.
A defesa argumenta que a candidatura independente está prevista nos tratados internacionais de direitos humanos assinados pelo Brasil, como a Convenção de San José da Costa Rica, ratificada em 1992. Hoje, no entanto, a Constituição de 1988 e o Código Eleitoral exigem filiação partidária para o registro de candidaturas.
Impacto
Se aprovado, o novo entendimento abriria espaço para nomes fora das estruturas partidárias disputarem cargos em 2026. Em Goiás, a mudança pode alterar a correlação de forças, especialmente na corrida ao Senado, em que a base governista pretende limitar a disputa a dois candidatos alinhados ao governo.