18/08/25
Os Estados Unidos anunciaram o envio de mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para a América Latina e o Caribe, em uma operação que a Casa Branca, sob Donald Trump, considera estratégica no combate ao narcotráfico. A mobilização inclui o deslocamento do Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima e da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais para o Comando Sul (Southcom), segundo revelou a CNN com base em fontes do Departamento de Defesa.
Além do contingente militar, o reforço envolve meios de grande poder ofensivo, como um submarino de ataque nuclear, aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon, contratorpedeiros e um cruzador de mísseis guiados. O Pentágono informou que os recursos permanecerão ativos “ao menos pelos próximos meses”, enquanto a Casa Branca avalia os resultados da operação.
A medida ocorre após a decisão do governo Trump de classificar como terroristas seis cartéis de drogas mexicanos, entre eles o de Sinaloa e o Jalisco Nova Geração (CJNG). Também foram incluídos na lista o grupo venezuelano Tren de Aragua e a gangue salvadorenha Mara Salvatrucha (MS-13). Para Washington, tais organizações deixaram de ser apenas um problema policial e passaram a representar ameaça direta à segurança nacional.
O envio de tropas e embarcações ao hemisfério ocidental reacende críticas sobre a influência militar americana na região. Na semana passada, o New York Times revelou que Trump autorizou, por meio de diretiva presidencial, o uso da força contra cartéis em território estrangeiro. A possibilidade provocou reação imediata do governo do México, que descartou qualquer presença de soldados americanos em seu solo e exigiu respeito à soberania nacional.
Especialistas alertam que a escalada pode aumentar tensões diplomáticas em um momento de instabilidade política no continente. Ainda assim, a estratégia de Trump sinaliza que os EUA pretendem adotar instrumentos de guerra — como operações internacionais e alianças estratégicas — para enfrentar o narcotráfico na América Latina.