21/08/25
A Polícia Federal apontou que o pastor Silas Malafaia incentivou e orientou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a descumprir medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A suspeita surgiu no âmbito da investigação que apura tentativas de obstrução de Justiça relacionadas à trama golpista.
Nesta terça-feira (20), agentes da PF cumpriram mandado de busca pessoal e apreensão de celulares contra Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A medida foi autorizada pelo STF dentro da Petição nº 14129, que concentra as apurações sobre a atuação de aliados do ex-presidente.
De acordo com os investigadores, Malafaia indicava a Bolsonaro os horários mais estratégicos para a publicação de postagens e sugeria os canais de maior alcance para repercuti-las. Para a PF, essa conduta mostrou um planejamento deliberado com objetivo de pressionar autoridades públicas e interferir no funcionamento regular dos poderes constituídos.
Um dos trechos da investigação cita mensagem enviada em 13 de julho, na qual Malafaia orientava Bolsonaro sobre como se posicionar em relação a tarifas impostas pelos Estados Unidos. Ele sugeriu que o ex-presidente pressionasse o Supremo, condicionando a suspensão da tarifa a uma anistia ampla, e até citou o uso de argumentos envolvendo familiares de ministros da Corte.
À época, Bolsonaro estava proibido pelo STF de usar suas redes sociais e de se comunicar por meio de perfis de terceiros, como filhos e apoiadores. Além disso, a Corte havia determinado o uso de tornozeleira eletrônica. Diante do reiterado descumprimento das ordens judiciais, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente.