Goiânia, 26/08/2025
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Rejeição e histórico de derrotas limitam esperança de Marconi para 2026

26/08/25

A pesquisa Genial/Quaest divulgada na sexta-feira (22/8) expõe os obstáculos que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) terá de enfrentar caso decida concorrer novamente ao Palácio das Esmeraldas. O tucano aparece com 22% das intenções de voto, atrás do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que lidera com 26%. 

A diferença de quatro pontos percentuais – empate técnico dentro da margem de erro do levantamento –, parece maior diante da avaliação do cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest. Segundo ele, Daniel, ainda pouco conhecido, já demonstra um “piso alto” para crescer, enquanto Marconi, mesmo amplamente reconhecido, esbarra em um “teto baixo”, fruto da rejeição acumulada ao longo das últimas décadas.

O contraste entre os dois é evidente. Daniel Vilela tem o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que detém 88% de aprovação — a maior do país — e é visto por 73% dos goianos como alguém que deve eleger o seu sucessor. Já Marconi carrega um retrospecto de derrotas recentes: em 2018, ficou apenas em quinto lugar na disputa ao Senado, atrás de Vanderlan Cardoso (PSD), Jorge Kajuru (então no PRP), Wilder Morais (na época, no DEM) e Lúcia Vânia (PSB); e em 2022, quando também não conseguiu ser eleito, obtendo apenas 19,8% dos votos válidos. 

Esse histórico das últimas eleições reforça a percepção de que o tucano já atingiu o limite de sua competitividade e afasta a possibilidade de retomar o protagonismo que exerceu em quatro mandatos como governador e um como senador. Além da rejeição, Marconi enfrenta outro desafio: a formação de uma chapa competitiva. Para viabilizar sua candidatura, teria de articular um vice, dois nomes ao Senado e ainda garantir chapas consistentes para a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. 

Com o PSDB em forte declínio, sem lideranças expressivas e em processo de dissolução nacional, restaria recorrer a antigos aliados como os ex-deputados Hélio de Sousa e Jardel Sebba — ambos políticos tradicionais, mas hoje sem capilaridade suficiente para sustentar um projeto com algum fôlego. O tucano também teria dificuldade de montar alianças, já que ele evita aproximação com legendas de esquerda e não tem espaço na direita. 

A análise de Felipe Nunes, publicada pelo jornal O Popular no sábado (23/8), reforça a diferença entre os dois pré-candidatos: “Esse resultado revela que o ex-governador Marconi, muito conhecido, parece ter um teto, e o vice-governador, muito pouco conhecido, parece ter um piso alto. E é aí que eles se encontram, um com piso alto, outro com teto baixo.”, explica Nunes.  

Para o diretor da Quaest, Daniel deve “aproveitar o capital político que Caiado desenvolveu no Estado para alavancar sua candidatura”. Prestes a assumir o governo em abril de 2026, o emedebista terá a oportunidade de consolidar sua imagem como gestor e ampliar a vantagem que hoje já o credencia como o candidato mais competitivo ao Palácio das Esmeraldas.

O levantamento da Quaest ouviu 1.104 eleitores em 52 municípios goianos entre os dias 13 e 17 de agosto de 2025. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.


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