31/08/25
A possibilidade de o Partido Liberal (PL) em Goiás lançar uma chapa de candidatos a deputado estadual sem nomes que já possuem mandato circula nos bastidores da legenda. A hipótese está associada à atuação do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), bolsonarista de carteirinha.
Embora o senador Wilder Morais presida o diretório regional e deveria mandar na legenda, dirigentes e aliados apontam que a condução prática da montagem das chapas passa cada vez mais por Gayer. Sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o alinhamento ideológico com a base bolsonarista fortalecem esse papel.
O PL conta atualmente com deputados estaduais como Paulo Cezar Martins, Delegado Eduardo Prado e Major Araújo. A dúvida é se eles permanecerão na chapa da legenda em 2026. Interlocutores afirmam que a prioridade de Gayer seria estruturar candidaturas de bolsonaristas “raiz”, evitando nomes que se beneficiam do capital eleitoral do ex-presidente, mas que depois se distanciam de sua defesa política.
Apesar das especulações, Gayer não se manifestou publicamente sobre excluir parlamentares já em exercício. A avaliação é de que a legenda pode, sim, apostar em novos quadros, ainda que isso signifique abrir mão de representantes que buscam a reeleição.
Nos bastidores, aliados reforçam que não há rompimento entre Gayer e Wilder Morais. Ambos mantêm relação considerada cordial e, segundo fontes, atuam em comum acordo nas principais decisões do partido em Goiás. O movimento, porém, revela a divisão de funções: Wilder, com prestígio institucional no Senado, e Gayer, com ascendência sobre a militância e os bastidores eleitorais.
2026
Caso consiga manter seu mandato e superar as incertezas jurídicas que enfrenta, Gayer tende a ampliar sua influência nas escolhas do PL, não apenas para a Assembleia Legislativa, mas também na formação da chapa para a Câmara dos Deputados. A meta declarada do grupo ligado a ele seria consolidar uma bancada identificada integralmente com o bolsonarismo.