31/08/25
O jornal Tribuna do Planalto repercutiu nesta semana reportagem de O Popular que mostra o senador Wilder Morais (PL) como alvo de investigação da Polícia Federal por suposto desvio de recursos de emendas parlamentares. Segundo a publicação, R$ 1 milhão em emendas indicadas pelo parlamentar estão sob apuração pela ausência de planos de trabalho que comprovem a execução dos valores.
A investigação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que ordenou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o levantamento de todas as emendas sem plano de trabalho e o envio das informações às superintendências da PF. O objetivo é identificar irregularidades e, se necessário, abrir inquéritos para apurar o destino do dinheiro.
No caso de Goiás, são ao menos 45 emendas de parlamentares sob suspeita. No total nacional, 964 emendas estão nessa situação, somando R$ 649 milhões. O modelo investigado é o chamado emenda PIX, criado em 2019 para agilizar repasses a estados e municípios sem necessidade de convênios ou projetos específicos.
Especialistas em contas públicas ouvidos pela reportagem apontam fragilidade no mecanismo, que pode transformar recursos públicos em “ralo” financeiro, sobretudo em ano pré-eleitoral. A ausência de fiscalização detalhada permitiria tanto desperdício quanto o uso político das verbas.
“Recursos liberados sem controle podem se transformar em verdadeiro ‘ralo de dinheiro público’, financiando obras mal planejadas ou até mesmo nunca realizadas. Na pior das hipóteses, verbas podem ser desviadas e utilizadas como moeda de troca para garantir apoio político em campanhas, comprometendo a lisura do processo democrático”, publicou o jornal.
A apuração sobre as emendas de Wilder Morais faz parte de um conjunto mais amplo de investigações que miram parlamentares goianos e deve avançar conforme os relatórios do TCU forem entregues à Polícia Federal. Até o momento, o senador não se manifestou publicamente sobre a denúncia.
