06/10/25
Com mais de dois meses de trabalho até o fim do ano, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) já alcançou, em 2025, o maior número de títulos de cidadania apresentados em toda a série histórica. Somente nas três sessões ordinárias da semana passada, os deputados protocolaram 15 projetos do tipo, elevando o total para 184. O recorde anterior, de 173, havia sido registrado em 2024. O levantamento foi divulgado pela coluna Giro de O Popular, desta segunda-feira (6/10).
Essas homenagens simbólicas, concedidas a pessoas consideradas de “relevante contribuição” ao estado, têm pouco ou nenhum impacto concreto na vida da população. Em vez disso, tornaram-se um instrumento de autopromoção política e de agrados pessoais, servindo mais para que parlamentares presenteiem amigos, aliados e figuras públicas que lhes rendem visibilidade.
O crescimento desse tipo de projeto é vertiginoso: em 2022, foram 102 propostas; em 2023, 99; e, agora, o número quase dobrou em relação à média dos últimos anos. Entre os homenageados recentes estão a ministra da Cultura, Margareth Menezes, indicada pela deputada Bia de Lima (PT), e o advogado João Paulo Brzezinski, conhecido por atuar na defesa do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), proposto por Clécio Alves (Republicanos).
Na lista de agraciados deste segundo semestre também aparece o guatemalteco Chepe Putzu, criador do grupo Legendários. O aumento acelerado de títulos de cidadania reflete uma tendência crescente de parlamentares priorizarem gestos simbólicos e de conveniência política em detrimento de propostas com real retorno social para os goianos.
