07/10/25
A Justiça do Rio de Janeiro autorizou o leilão de uma mansão, uma lancha e três carros atribuídos ao senador Romário (PL-RJ), para quitar uma dívida judicial que se arrasta há mais de duas décadas. Os bens irão a leilão no dia 23 de outubro, com lances iniciais que somam R$ 10,8 milhões, cerca de metade do valor cobrado — R$ 24,3 milhões — devido à quebra de contrato com uma empresa que prestava serviços na boate Café do Gol, da qual o ex-jogador era sócio. Parte desses bens já havia sido levada a leilão em 2021, mas o processo foi suspenso pelo STJ. Embora não estejam em seu nome, a Justiça entendeu que Romário os utilizava com frequência, o que levou à nova decisão.
O principal bem é uma mansão em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, avaliada em R$ 9 milhões. O imóvel tem 896 m² de área construída em terreno de 1,5 mil m² à beira da Lagoa da Tijuca, com piscina e campo de futebol. A casa foi comprada há cerca de dez anos da ex-mulher do ex-jogador Edmundo, Adriana Sorrentino, mas nunca foi transferida para o nome de Romário. Segundo o processo, o IPTU era pago por sua irmã, Zoraidi de Souza Faria, que tinha conta bancária movimentada pelo senador.
Também será leiloada a lancha “All Mare”, de 15,5 metros, avaliada em R$ 1,1 milhão. Construída em 2010 e registrada em nome de Zoraidi, a embarcação é atribuída ao senador e está ancorada na Marina da Glória. A Justiça listou ainda três carros de luxo: um Porsche Macan Turbo 2015 (avaliado em R$ 267,8 mil), um Audi RS6 Avanti 2015 (R$ 391,5 mil) e um Peugeot 2008 Allure 2017 (R$ 53 mil). Assim como os demais bens, os veículos estavam em nome de familiares e foram apreendidos em 2018.
Em nota, a defesa de Romário afirmou que recorreu da decisão e classificou as cobranças como “absolutamente desproporcionais e exorbitantes”. O senador, segundo a nota, confia na reversão do caso. Em setembro, Romário foi condenado em outro processo por fraudar a execução de dívidas ao ocultar bens em nome de parentes — expediente que, segundo a Justiça, dificultou a ação de credores ao longo dos últimos 20 anos.