08/10/25
O Procon Goiás encaminhou 83 amostras de bebidas suspeitas de adulteração ou contaminação por metanol para análise da Polícia Técnico-Científica. Os produtos foram recolhidos durante a força-tarefa iniciada na última quinta-feira (2), que já apreendeu 1.087 itens com algum tipo de irregularidade em diversos municípios goianos. Entre as infrações encontradas estão falta de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), rótulos adulterados e produtos com prazo de validade vencido.
O superintendente do Procon-GO, Marcos Sene Palmerston, afirmou em entrevista ao jornalista Altair Tavares, do Diário de Goiás, que espera maior integração do MAPA nas ações de fiscalização. A declaração foi feita um dia após o governo federal anunciar a criação de uma força-tarefa nacional para combater a falsificação de bebidas, diante do aumento de casos de intoxicação por metanol no país. Até segunda-feira (6), havia 16 casos confirmados, a maioria em São Paulo, além de mais de 200 suspeitos em investigação, quatro deles em Goiás — um com protocolo para confirmação de morte cerebral.
“Selecionamos 83 produtos para análise, justamente para verificar se há presença de metanol ou outras substâncias proibidas. Ao todo, 43% das empresas fiscalizadas foram autuadas, quase a metade”, destacou Palmerston. O balanço conjunto das secretarias estaduais de Segurança Pública (SSP-GO) e Saúde (SES-GO) indica que 19 estabelecimentos foram autuados entre 2 e 4 de outubro, em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade.
As autuações foram motivadas por violações ao Código de Defesa do Consumidor, principalmente relacionadas à venda de bebidas adulteradas, vencidas ou sem registro no MAPA. O superintendente explicou que os responsáveis terão direito à defesa administrativa, mas podem enfrentar penalidades severas. “Essas empresas poderão ser multadas, ter seus alvarás cassados ou até responder criminalmente, dependendo das conclusões da Polícia Civil”, alertou.