10/10/25
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou nesta quinta-feira (9) um projeto de resolução que cria 70 novos cargos comissionados na estrutura administrativa da Casa, ampliando ainda mais o número de servidores sem concurso público. A medida, articulada sob a presidência de Bruno Peixoto (União Brasil), foi incluída por meio de uma emenda aditiva apresentada pelo deputado Lincoln Tejota (UB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O texto original da proposta tratava apenas da regulamentação do intervalo para amamentação de servidoras, mas recebeu a emenda que transforma seis cargos de alto valor (2 símbolos ANI-8 e 4 DAI-14) em 76 vagas com salários menores. A justificativa apresentada foi a de que a mudança não gera impacto financeiro. No entanto, como todos os comissionados recebem auxílio-alimentação de R$ 1 mil mensais, o acréscimo representa um gasto extra de pelo menos R$ 840 mil por ano.
Bruno Peixoto afirmou que os novos cargos são de “cotas dos deputados”, cabendo a cada parlamentar decidir se prefere ter menos assessores com salários mais altos ou mais assessores com salários reduzidos. “A minha única preocupação é não mexer no meu índice de gastos com pessoal. Se não afeta o índice, não há problema”, declarou o presidente. Ele também minimizou o aumento indireto de despesas, afirmando que a Casa tem saldo financeiro suficiente para cobrir o pagamento dos auxílios.
A decisão reacende o debate sobre o inchaço da máquina da Alego, que, segundo levantamento publicado por O Popular em fevereiro, já é a líder nacional em número de comissionados, com cerca de 5,4 mil servidores sem concurso. Nos bastidores, comenta-se que a ampliação dos cargos atendeu a um pedido do deputado Talles Barreto (UB), que havia cogitado não disputar a reeleição para tentar uma vaga no Tribunal de Contas, mas recuou e voltou a reforçar sua base política.