11/10/25
O deputado federal Professor Alcides (PL) pode ficar inelegível até 2032 após um erro de sua equipe jurídica. Os advogados do parlamentar perderam o prazo para apresentar defesa em um processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), o que pode levar o caso a ser julgado sem que os argumentos da defesa sejam considerados.
O processo apura abuso de poder político nas eleições municipais de 2024 e envolve também o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, e sua esposa, Sulnara Santana. A juíza eleitoral Christiane Gomes Falcão Wayne condenou o casal por demissão em massa de comissionados durante o período eleitoral e por coagir servidores a apoiarem Alcides e o vereador Olair Silva. Em primeira instância, Alcides, Olair e Max Menezes, candidato a vice na chapa, foram absolvidos.
A coligação adversária, “Para Aparecida Continuar Avançando”, recorreu pedindo que Alcides, Olair e Max recebessem a mesma pena imposta a Vilmar e Sulnara. O prazo para apresentação da defesa terminou às 23h59 de 29 de setembro, mas o documento foi protocolado apenas em 1º de outubro, às 14h30 — dois dias após o prazo.
Com o atraso, o tribunal pode julgar o recurso sem levar em conta a manifestação dos advogados. Caso o TRE-GO entenda que Alcides participou das irregularidades, ele poderá ser condenado à inelegibilidade por oito anos, o que o afastaria da vida pública até 2032.
Risco jurídico
O deputado já enfrenta outra condenação, na Justiça Comum, por abandono de cargo público como professor da rede estadual, o que reforça o risco de impedimento político.
A defesa, representada pelos advogados Ramon Cândido, Leonardo Batista e Alexandre Dias, tenta reverter os efeitos do atraso processual. “Não há nada nos acontecimentos que aponte qualquer responsabilidade do deputado Professor Alcides”, afirmaram, em nota.