12/10/25
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) utiliza em ação civil pública um vídeo no qual Thiago Stabile, sócio da influenciadora Virgínia Fonseca, afirma que a WePink faz cerca de 13 mil vendas por dia. Na gravação, Stabile diz que o volume de comercialização da marca de cosméticos passou de 200 mil para 400 mil produtos por mês.
O MP sustenta que as declarações demonstram conhecimento prévio da empresa sobre a incapacidade de atender à alta demanda, o que caracterizaria “má-fé empresarial” e “dolo na condução das vendas massivas”. A ação foi protocolada na quarta-feira (8), em conjunto com uma autuação do Procon contra a WePink.
No vídeo, Stabile reconhece que a empresa enfrentou dificuldades para atender aos pedidos. “Tivemos um problema de abastecimento porque a gente cresceu muito rápido. [...] De fato, demora algumas vezes porque algumas matérias-primas acabam, porque a gente vende muito, mas estamos resolvendo”, disse.
Segundo o MP, a WePink registrou 120 mil reclamações em menos de dois anos, sendo 90 mil em 2024 e 30 mil até a data da ação em 2025. O órgão estima que até 300 mil consumidores tenham sido afetados, somando os casos não registrados oficialmente. Entre as queixas estão a falta de entrega de produtos, dificuldades de reembolso e falhas no atendimento pós-venda.
O promotor Élvio Vicente da Silva afirmou que as práticas da empresa exploram “a vulnerabilidade psicológica dos consumidores”, em especial por meio de ofertas-relâmpago e do uso da imagem de Virgínia Fonseca, que tem milhões de seguidores.
Em nota, a defesa da WePink declarou que a empresa “não tem atrasos frequentes” e que a nota no site Reclame Aqui é de 8,1, com índice de resolução de 93%. O advogado Felipe de Paula informou nesta sexta-feira (10) que a companhia ainda não foi citada formalmente na ação e que só se manifestará após a notificação.
Sobre a autuação do Procon, o advogado afirmou que a WePink está em tratativas para tentar reverter a multa e que o caso segue dentro do prazo recursal.
