13/10/25
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) atingiu um recorde histórico de 5.450 servidores comissionados em fevereiro de 2025, segundo dados divulgados nas redes oficiais da própria Casa. O número representa um aumento de 42% em relação a 2024 e mais que o dobro do total registrado há dois anos, colocando o Legislativo goiano à frente de estados como Mato Grosso, Piauí e Tocantins na proporção de cargos por deputado estadual.
O crescimento está diretamente ligado à criação de 170 novos cargos comissionados, aprovada em fevereiro por meio de uma emenda incluída em um projeto de resolução. A ampliação gerou um impacto estimado de R$ 15 milhões anuais na folha de pagamento, segundo projeções internas.
Nesta quinta-feira (9), a Alego voltou a aprovar um novo projeto de resolução que cria mais 70 cargos comissionados na administração da Casa. A proposta original, apresentada pela Mesa Diretora, tratava apenas da regulamentação de intervalo para amamentação de servidoras, mas recebeu uma emenda aditiva do deputado Lincoln Tejota (União Brasil) na Comissão de Constituição e Justiça. O parlamentar incluiu um artigo que transforma seis cargos de alto valor (dois ANI-8 e quatro DAI-14) em 76 vagas com salários menores, sob o argumento de que não haveria aumento de despesas.
Na prática, porém, o acréscimo de servidores traz novos custos, já que cada comissionado recebe R$ 1 mil de auxílio-alimentação, o que representa R$ 840 mil a mais por ano. O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), justificou que os cargos fazem parte das “cotas dos deputados”, permitindo que cada parlamentar aumente o número de assessores mediante redução salarial individual. “A minha única preocupação é não mexer no meu índice de gastos com pessoal. Se não afeta o índice, não há problema”, afirmou.
