17/10/25
Nove dos 17 deputados federais de Goiás votaram, nesta quarta-feira (15), para proteger o colega Gustavo Gayer (PL) e suspender a ação penal que ele responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por calúnia, injúria e difamação contra o senador Vanderlan Cardoso (PSD). A decisão da Câmara, aprovada por 268 votos a favor e 167 contra, impede o andamento do processo enquanto Gayer exercer o mandato parlamentar.
A contradição chama atenção porque o próprio Gayer havia apoiado, meses antes, a chamada PEC da Blindagem — proposta que ele mesmo apelidou de “PEC da Bandidagem” — e que buscava ampliar a imunidade parlamentar em casos criminais. Agora, o deputado se beneficia exatamente do tipo de proteção que dizia combater.
Os nove parlamentares goianos que votaram para suspender a ação foram Daniel Agrobom (PL), Zacharias Calil (União Brasil), Ismael Alexandrino (PSD), Marussa Boldrin (MDB), Jeferson Rodrigues (Republicanos), Magda Mofatto (PRD), Professor Alcides (PL), Silvye Alves (União Brasil) e o próprio Gayer.
Entre os que se opuseram à blindagem de Gayer estão Adriana Accorsi (PT), Rubens Otoni (PT), Samuel Santos (Podemos) e Célio Silveira (MDB). Três deputados — Adriano do Baldy (PP), José Nelto (UB) e Leda Borges (PSDB) — se ausentaram da votação.
O caso reforça o contraste entre o discurso moralista de Gayer e o corporativismo que marcou a decisão da maioria dos parlamentares goianos.
