26/10/25
Titular da Central Geral de Flagrantes da Polícia Civil de Goiás, o delegado Rilmo Braga afirmou neste sábado (25/10) que não houve tentativa de sequestro na abordagem feita por duas mulheres a crianças em praças de Goiânia, especialmente no Parque Vaca Brava, na última quinta-feira (23/10). O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais após vídeos e relatos circularem com alertas de possível tentativa de rapto.
Segundo o delegado, a situação está sob controle e não há risco para a população. “Os fatos não são tão graves quanto foram, mas todas as providências cabíveis foram tomadas. Nossas crianças estão totalmente protegidas”, afirmou Braga.
De acordo com a investigação, as duas mulheres, de idade mais avançada, abordavam crianças com discursos desconexos, alegando que seus óvulos haviam sido subtraídos por autoridades anos atrás e que teriam cerca de 200 filhos espalhados pela cidade. Elas diziam acreditar que algumas das crianças poderiam ser suas filhas. “O que, obviamente, gerou um grande transtorno e alarde por parte da população e um certo burburinho nas redes sociais”, completou o delegado.
A Polícia Civil instaurou procedimento ainda na madrugada de sexta-feira (24) para apurar os fatos. “Ficou claro que não havia um caso mais grave de sequestro ou cárcere privado, sequer tentado, porque elas não haviam tocado nas crianças — eram apenas conversas completamente desencontradas”, explicou Braga.
Mesmo assim, a corporação identificou indícios de tentativa de subtração de incapaz, crime previsto no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cuja pena pode chegar a seis anos de reclusão. As duas mulheres foram indiciadas e tiveram medidas cautelares impostas pela Justiça, incluindo proibição de se aproximar de crianças, praças e parques, além do uso de tornozeleiras eletrônicas para monitoramento em tempo real.
“As medidas já foram cumpridas na manhã deste sábado. Elas tomaram ciência das determinações e já estão sendo monitoradas pela Polícia Penal”, disse o delegado, ao informar que foi instaurado incidente de insanidade mental, considerando os aparentes transtornos psicológicos das investigadas.
A Polícia Civil reforçou que todas as medidas preventivas foram adotadas e que não há motivo para pânico entre os frequentadores de praças e parques da capital.
