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Marconi convida Michel Temer para disputar a Presidência pelo PSDB em 2026

26/10/25

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, convidou o ex-presidente Michel Temer (MDB) a se filiar ao partido para disputar a Presidência da República em 2026. Segundo Perillo, Temer recebeu o convite “com lisonja” e disse que avaliaria a proposta. “É um homem experiente, que demonstrou capacidade gerencial e administrativa. É um diplomata. O Brasil precisa quebrar essa radicalização. Seria uma pessoa para trazer temperança”, afirmou o dirigente tucano.

O convite, revelado pelo portal Metrópoles, ocorre na mesma semana em que o PSDB anunciou a filiação de Ciro Gomes, no Ceará, em movimento para tentar recompor força política após perder espaço nacional e seus três governadores — Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) migraram para o PSD, e Eduardo Riedel (MS) foi para o PP.

De acordo com Perillo, Aécio Neves (PSDB-MG), que assumirá o comando do partido em novembro, já havia feito o mesmo convite anteriormente. Procurado, Temer não respondeu, mas dirigentes do MDB consideram a hipótese de mudança de partido pouco provável. Aliados do ex-presidente classificaram o movimento como “ilógico”.

Dirigentes emedebistas lembram que Temer tem longa trajetória no partido, pelo qual foi deputado federal, presidente da Câmara, presidente nacional do MDB e chefe do Executivo após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Além da resistência interna, o MDB tem hoje estrutura partidária mais robusta — conta com 42 deputados federais, contra 14 tucanos. No sábado (25), o PSDB filiou o deputado Luciano Vieira (Republicanos-RJ), ampliando sua bancada para 15 parlamentares.

Lançar candidatura própria à Presidência, no entanto, implicaria alto custo de campanha. O MDB recebe cerca de R$ 7 milhões mensais do fundo partidário, enquanto o PSDB busca dobrar sua bancada para garantir maior fatia dos recursos em 2026.

Popularidade
Temer deixou o governo em 2018 com 7% de aprovação, segundo pesquisa Datafolha, o índice mais baixo desde o fim da ditadura militar. Para Perillo, a candidatura teria importância simbólica para o PSDB, que ficou sem nome próprio nas últimas eleições presidenciais após 2018, quando Geraldo Alckmin, hoje no PSB, disputou o Planalto.

Aliados de Temer, porém, dizem que ele nunca demonstrou intenção de voltar a disputar o cargo. O ex-presidente foi citado neste ano por liderar uma articulação entre governadores de centro e direita em busca de uma candidatura única em 2026. À época, ele afirmou que o movimento não excluía Jair Bolsonaro (PL).

“Bolsonaro tem prestígio eleitoral. Qualquer candidato desse campo que se oponha a ele terá dificuldades. Veja o caso do Tarcísio [de Freitas]. Ele não rompeu com o Bolsonaro e firmou identidade própria”, disse Temer em maio.

O ex-presidente também voltou ao noticiário político ao receber, em sua casa, o relator do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), além de Aécio Neves e, de forma remota, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). No encontro, foi definida uma nova estratégia para o texto, que prevê redução de penas.


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