03/11/25
O general Mário Fernandes, condenado por integrar o chamado Plano Punhal Verde e Amarelo — que previa o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin — solicitou autorização judicial para participar do Enem para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL). Detido no Comando Militar do Planalto, em Brasília, ele argumenta que a prova representa “progressão educacional e profissional”, podendo inclusive contribuir para a remição de pena, segundo sua defesa.
O pedido, porém, depende justamente de Alexandre de Moraes, relator do processo que condenou Fernandes, Jair Bolsonaro e outros envolvidos por tentativa de golpe de Estado. O general ficou conhecido após assumir ter elaborado o plano, embora sua defesa alegasse que ele teria apenas impresso e descartado o documento — tese rejeitada pelos ministros do STF com base nas investigações da Polícia Federal e na denúncia da PGR.
A inscrição no exame já foi feita, mas a defesa aguarda autorização para que o militar deixe a prisão nos dias 9 e 16 de novembro de 2025, quando ocorrerão as provas na Universidade de Brasília (UnB). O pedido inclui também o envio de um ofício à administração da unidade militar, solicitando providências logísticas para que ele possa realizar o exame, seja dentro da própria prisão ou com escolta até o local.
Apesar de os advogados informarem que Fernandes concluiu o ensino médio, o documento não menciona sua formação superior no Exército, que inclui três mestrados e um doutorado em temas ligados à guerra e estratégia militar. A defesa sustenta que “o estudo, mesmo que de forma autodidata, é fator de ressocialização e deve ser prestigiado”.