Goiânia, 04/11/2025
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Distanciamento entre Wilder e Gayer expõe crise no comando do PL em Goiás

03/11/25

O distanciamento entre o senador Wilder Morais (PL) e o deputado federal Gustavo Gayer (PL) vem se ampliando nos bastidores da política goiana e já é tratado como um rompimento em curso dentro do Partido Liberal em Goiás. A disputa não é apenas pessoal, mas estratégica: enquanto Wilder tenta consolidar seu projeto próprio para disputar o governo do Estado em 2026, Gayer segue a orientação direta de Jair Bolsonaro, que já definiu como prioridade do PL em Goiás a eleição de um senador — e não a de um governador.

A movimentação ficou evidente após Bolsonaro intervir no tabuleiro e pedir que o vereador Major Vitor Hugo desistisse de disputar o Senado, abrindo espaço para Gayer. No dia seguinte ao telefonema, Vitor Hugo anunciou que seria candidato a deputado federal, confirmando a mudança de rota. Desde então, Gayer e Vitor Hugo estão alinhados ao plano bolsonarista: apoiar uma chapa que tenha Daniel Vilela (MDB) ao governo e Gracinha Caiado (UB) ao Senado, deixando Wilder fora do eixo principal da campanha.

Wilder, por sua vez, resiste a abrir mão da cabeça de chapa e segue defendendo que o PL tenha candidatura própria ao governo. A insistência do senador tem aumentado o atrito dentro do partido, especialmente porque Bolsonaro não aceita o risco de perder uma vaga no Senado apenas para que Wilder use a eleição como plataforma para 2030. Nos bastidores, dirigentes já avaliam que o senador pode deixar o PL e migrar para o Novo caso seja impedido de disputar o governo pela sigla.

O impasse, porém, tem um componente decisivo: o bolsonarismo. Gayer e Vitor Hugo carregam a marca mais fiel ao ex-presidente em Goiás e, por isso, têm prioridade no cálculo eleitoral da família Bolsonaro. Wilder, sem o mesmo nível de identificação com o núcleo ideológico do PL, pode terminar politicamente isolado. Se não houver acordo até o fim do primeiro trimestre de 2026, a ruptura será definitiva — e o partido sairá dividido para a eleição mais estratégica para a direita desde 2018.


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