06/11/25
Uma exposição sobre religiões de matriz africana e origens indígenas instalada no saguão da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em Goiânia, gerou reação do deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) durante a sessão desta quarta-feira (5). Ao usar a tribuna, o parlamentar classificou as obras como “demoníacas”, citando representações de entidades como Exu, Pomba Gira, Tranca Rua e Preto Velho. “Pelo menos nas igrejas que eu frequento, são espíritos do demônio”, afirmou, ao descrever imagens com velas, oferendas e símbolos religiosos.
Apesar de dizer que respeita todas as crenças, Amauri declarou que, para ele, religião é apenas a que “tem ligação com um único Deus, que é Jesus Cristo”, e criticou a presença da mostra na Assembleia. Ele também pediu que os pastores Henrique César (Podemos) e Ricardo Quirino (Republicanos), colegas de plenário, realizassem uma oração “para tirar as coisas ruins” do ambiente. O deputado defendeu que a Casa é aberta a manifestações religiosas, mas “com limite”.
A exposição foi solicitada pelo deputado Mauro Rubem (PT) e integra a programação do mês da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A mostra é composta por esculturas e elementos rituais presentes em tradições afro-brasileiras e indígenas.
O presidente da Alego, Bruno Peixoto (União Brasil), respondeu de forma institucional e afirmou que respeita todas as religiões, ressaltando que não cabe ao comando da Casa julgar manifestações de fé. Disse ainda que a diretoria está em diálogo com Mauro Rubem sobre a permanência da exposição.
