18/11/25
O movimento do prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão (PL), ao declarar apoio a Daniel Vilela (MDB) e à base governista, acendeu um alerta no tabuleiro político do Entorno. Mesmo filiado ao partido comandado pelo senador Wilder Morais, Mangão anunciou respaldo ao vice-governador emedebista para o governo e à primeira-dama Gracinha Caiado (União Brasil) para o Senado. O gesto foi rapidamente interpretado como sinal de enfraquecimento da estratégia do PL fora da capital.
Com quase 100 mil habitantes e posição estratégica no Entorno do Distrito Federal, Novo Gama é uma das cidades mais cobiçadas por lideranças estaduais. A região, marcada por alta densidade populacional e influência direta na disputa pelo governo, funciona como termômetro político antecipado. Nesse cenário, a migração de Mangão para o grupo caiadista não tem apenas valor simbólico: desloca parte do capital político da região e fragiliza o PL em uma de suas principais bases.
A leitura interna é de que o gesto representa uma perda considerável para Wilder Morais, que tenta consolidar seu nome para a disputa ao governo em 2026. Mangão, reeleito em 2024 com expressivos 78,82% dos votos válidos, é hoje uma das lideranças mais populares do Entorno e peça-chave em qualquer articulação regional. Seu apoio, portanto, tem peso eleitoral e estratégico, especialmente em uma área decisiva para qualquer projeto majoritário.
Ao aparecer ao lado de Daniel Vilela e Gracinha Caiado, o prefeito sinaliza que pretende manter alinhamento direto com o governo estadual e garantir o fluxo de investimentos para Novo Gama. Mais do que um gesto local, a movimentação revela um reposicionamento antecipado do Entorno para 2026 — e evidencia o desgaste do PL em regiões onde historicamente buscava força e projeção.
