14/12/25
Um grupo de filiados do PT em Goiás avalia com reservas a possibilidade de apoio a uma candidatura de José Eliton ao governo estadual em 2026. Segundo integrantes do partido, existe entre a militância o desejo de lançar um nome próprio para a disputa, com destaque para o vereador de Goiânia e ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira.
A discussão foi apresentada por dois petistas que procuraram a redação da coluna Bastidores para relatar a posição de parte do partido. Durante o encontro, eles afirmaram que há um movimento interno para defender candidatura própria. “Há um desejo, por parte da militância, de lançar um candidato do PT a governador”, disseram ao jornal Opção.
De acordo com um dos interlocutores, Edward Madureira reúne condições para a disputa. “O melhor nome é o do professor Edward Madureira, que, além de ex-reitor da Universidade Federal de Goiás — o que comprova que tem experiência como gestor —, é vereador em Goiânia”, afirmou.
Questionados sobre a possibilidade de Edward concorrer à Câmara dos Deputados, os petistas ponderaram que não há eleição garantida. “Na verdade, ninguém tem eleição garantida, tanto que Edward foi candidato duas vezes para deputado federal e não ganhou. Agora, por certo, está mais fortalecido. Mas, se o PT eleger dois deputados, possivelmente um deles não será Edward. O mais certo é que sejam eleitos Adriana Accorsi e Rubens Otoni”, avaliou um ex-dirigente do partido.
Segundo esse grupo, o histórico eleitoral de Adriana Accorsi em disputas majoritárias também pesa no debate interno. “Como Adriana Accorsi já perdeu várias vezes para a Prefeitura de Goiânia, talvez tenha chegado a hora de lançar Edward. Ele, por ter sido gestor da UFG, talvez tenha maior aceitação”, disse o petista.
O tema voltou à pauta diante de informações sobre uma possível candidatura de José Eliton ao governo pelo PDT, com apoio do PT. “Pelo que estou sabendo, se a deputada Flávia Morais confirmar a saída do PDT, José Eliton pode ser candidato a governador pelo partido, com o apoio de Carlos Lupi”, afirmou o ex-dirigente. Ele acrescentou que outras siglas do campo progressista apresentam limitações. “Há, claro, o PSB. Mas Elias Vaz está muito próximo do pré-candidato do MDB a governador, Daniel Vilela. Já o Partido Verde não tem nem tempo de televisão nem fundo eleitoral.”
Os petistas manifestaram receio quanto ao papel político de José Eliton. “Nosso grupo receia que José Eliton seja uma espécie de laranja de Marconi Perillo e não um político independente. Ele também está excedendo nas exigências para ser o candidato que vai armar o palanque para o presidente Lula em Goiás”, disseram.
Também houve questionamentos sobre afinidade programática. “Nós precisamos de um candidato que seja capaz de mobilizar a sociedade e promova um debate de alto nível. É preciso saber se José Eliton, que até ontem era conservador, vai defender nossas ideias progressistas”, afirmaram.
Apesar das críticas, o grupo afirmou que não há oposição pessoal ao ex-governador. “Mas nada temos de pessoal contra José Eliton. Se o PT optar por bancá-lo, iremos juntos. Pelo que sabemos, os deputados Rubens Otoni e Bia de Lima e Olavo Noleto são os mais empolgados com a candidatura de José Eliton”, disseram.
Os petistas também cobraram maior atuação da direção estadual do partido. “Faltam comissões provisórias e diretórios em vários municípios de Goiás. O PT centrou fogo em Goiânia e Anápolis, por causa de Adriana Accorsi e Antônio Gomide, e esqueceu o interior”, afirmaram.
Ao final, o grupo voltou a defender a candidatura própria. “Uma candidatura de Edward mobiliza e empolga as lideranças e a militância do PT. Com um postulante do PT, a campanha de Lula em Goiás será mais ativa, participante. A gente vai pra cima.”
