15/12/25
A gestão do Ipasgo Saúde durante os governos do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) ficou marcada por escândalos, fraudes e falhas graves de controle. Investigações revelaram esquemas de corrupção e má gestão que comprometeram a sustentabilidade do plano e resultaram em um rombo superior a R$ 500 milhões, afetando diretamente a confiança dos beneficiários e a capacidade de atendimento do Instituto.
O principal caso veio à tona com a Operação Morfina, deflagrada em junho de 2019 e concentrada no último mandato de Marconi. A apuração identificou o cadastramento irregular de clínicas e profissionais no sistema do Ipasgo, viabilizado por servidores da área de tecnologia mediante pagamento de propina. O prejuízo estimado ultrapassou R$ 500 milhões, com registros absurdos, como cerca de 200 exames de sangue lançados em nome de um único paciente.
Na sequência, a Operação Metástase apontou o superfaturamento de tratamentos oncológicos, prescrição inadequada de medicamentos e falhas graves na assistência médica, incluindo a morte de uma paciente por erro de dosagem. Já a Operação Backdoor revelou a manipulação do sistema interno para autorizar indevidamente cerca de 240 mil exames entre 2010 e 2018, período dos dois últimos mandatos do tucano.
Além das operações policiais, auditorias identificaram fraudes estruturadas, como simulações de casamentos e guarda fictícia para inclusão irregular de dependentes no plano. Em 2011, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia apontado distorções na gestão do Ipasgo, ao registrar R$ 3 milhões gastos com publicidade enquanto prestadores de serviços permaneciam sem receber.