Goiânia, 18/12/2025
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Tarcísio cita exemplo de Goiás e defende saída da Enel de São Paulo

17/12/25

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), citou o exemplo de Goiás — que retirou a Enel da concessão de energia elétrica — para defender que a distribuidora deixe de operar também em território paulista. Em meio aos sucessivos blecautes que atingiram a Grande São Paulo, Tarcísio tem cobrado uma atuação mais firme do governo federal e da agência reguladora diante do desempenho da concessionária.

Na última semana, o governador paulista afirmou ter tratado do tema diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve se reunir nesta terça-feira (16) com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Desde a quarta-feira (10), interrupções no fornecimento de energia deixaram mais de 2 milhões de consumidores sem luz na região metropolitana. Na segunda-feira, ainda havia 29,1 mil unidades consumidoras afetadas. 

“Quem era a concessionária que foi substituída no Estado de Goiás por deficiência técnica? A Enel. A pergunta é: por que esses remédios foram usados em outras unidades da Federação e não estão sendo usados no estado de São Paulo?”, questionou Tarcísio em entrevista ao UOL. O governador lembrou que, em Goiás, a empresa foi alvo de forte pressão política e institucional até vender sua operação, em 2022, após uma série de falhas na prestação do serviço. “A Constituição é clara ao atribuir à União a competência sobre o serviço de distribuição de energia”, afirmou.

Tarcísio também criticou a possibilidade de renovação do contrato da Enel em São Paulo e disse que o governo federal não pode impor a medida sem avaliar o histórico recente da concessionária. Segundo ele, a proximidade do fim do contrato, previsto para 2028, teria reduzido os investimentos da empresa, com corte de equipes, falhas na manutenção da rede e abandono de ações preventivas, como poda de árvores e automação do sistema.

Ao reforçar sua cobrança, o governador paulista voltou a usar Goiás como referência de intervenção bem-sucedida. No Estado, a Enel assumiu a então Celg-D, mas acumulou desgaste com a população e o governo devido à baixa qualidade do serviço. A pressão liderada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) resultou na venda da operação para a Equatorial Energia, em dezembro de 2022, encerrando a concessão da empresa italiana em Goiás.


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