26/12/25
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou que sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, ou o escritório em que atua, tenha participado da operação de aquisição envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). Em nova nota divulgada nesta quarta-feira (24), o magistrado afirmou que “o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central” e reiterou que não tratou do assunto em reuniões com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
No comunicado, Moraes também corrigiu datas e detalhes sobre os encontros mantidos com Galípolo, afirmando que as reuniões tiveram como único objetivo discutir os efeitos da aplicação da chamada Lei Magnitsky — legislação norte-americana que embasou sanções financeiras. Segundo o ministro, foram apenas duas reuniões, ambas realizadas em seu gabinete no STF: a primeira em 14 de agosto, após a aplicação inicial da medida, em 30 de julho; e a segunda em 30 de setembro, posterior à inclusão de sua esposa nas sanções, ocorrida em 22 de setembro.
Moraes ressaltou que, em nenhuma dessas ocasiões, houve menção ou tentativa de interferência em processos envolvendo o Banco Master ou o BRB. A manifestação do ministro foi divulgada após reportagem da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, que revelou a existência de um contrato entre o escritório Barci de Moraes Advogados e o Banco Master, no valor de R$ 129 milhões, a serem pagos ao longo de 36 meses. O ministro afirmou que o contrato não está relacionado à operação analisada pelo Banco Central.
Na mesma nota, Moraes declarou ainda que não esteve na sede do Banco Central nem manteve contato telefônico com Galípolo sobre o tema. Segundo ele, além do presidente do BC, foram recebidos em seu gabinete representantes do Banco do Brasil, Itaú e entidades do sistema financeiro, todos para tratar exclusivamente dos impactos institucionais decorrentes da aplicação da Lei Magnitsky.