Goiânia, 29/12/2025
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Motorista de aplicativo relata como escapou de condenação de 20 anos após corrida em Goiânia

28/12/25

O motorista de aplicativo Antônio Neto, conhecido nas redes sociais como @oantonionetoo, relatou como uma corrida feita fora da plataforma, em Goiânia, quase resultou em uma condenação de 20 anos de prisão. O caso ocorreu em 2020, durante a pandemia, e teve desfecho recente, com a absolvição do condutor.

Segundo o relato, a situação começou quando Antônio aceitou uma corrida particular, prática comum entre motoristas por eliminar a taxa cobrada pelos aplicativos. O valor combinado foi de R$ 50. Ao chegar ao destino, o passageiro pediu que o motorista aguardasse alguns minutos enquanto buscava o dinheiro.

“Quem é motorista de aplicativo sabe que corrida particular paga melhor, porque você não tem que dar aquela parte do aplicativo”, disse.

Pouco depois, o passageiro retornou armado e ordenou que Antônio fugisse, alegando que ambos seriam mortos caso permanecessem no local. “Eu tava mexendo no meu celular, distraído, coisa de no máximo quatro minutinhos. Ele voltou, apontou a arma e disse para correr porque iam matar a gente”, contou.

Durante a fuga, os dois passaram a ser perseguidos por um veículo HB20. Em meio à perseguição, o passageiro efetuou disparos contra o carro que os seguia. A corrida terminou com a abordagem de quatro viaturas policiais. Antônio afirmou que acreditou que a situação estivesse resolvida, mas acabou preso.

“Obviamente eu parei imediatamente, levantei a mão e falei que era motorista de aplicativo. No momento da abordagem o policial mandou mostrar a corrida, mas eu falei que era particular [e não tinha o registro] e fui preso como cúmplice”, relatou.

Somente depois da prisão, o motorista soube que, enquanto aguardava o pagamento, o passageiro havia cometido um assalto a um estabelecimento. O disparo feito durante a fuga levou o caso a ser enquadrado como tentativa de latrocínio, crime que prevê penas elevadas.

Antônio passou o fim de semana preso e, a partir daí, enfrentou um processo judicial prolongado. O desfecho veio com a absolvição, após a atuação da defesa e depoimentos favoráveis.

“Agora eu vou falar para vocês o que Deus fez na minha vida: começou colocando advogados excelentes na minha vida […] toda minha família abraçou a causa, todo mundo conhece a minha índole”, afirmou.

Ele destacou ainda que as próprias vítimas do estabelecimento assaltado prestaram depoimento a seu favor.

O relato gerou repercussão nas redes sociais. Internautas demonstraram alívio com o resultado, mas também criticaram a decisão de aceitar corrida fora do aplicativo. “Sou motorista de aplicativo e jamais pego corrida particular justamente por esse tipo de situação que aconteceu”, comentou um usuário. Outro ponderou: “Infelizmente devemos ser mais maliciosos e prever que certas situações podem acontecer”.


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